"Desejo fora do casamento é normal, mas a traição pode ser evitada", diz especialista

30/03/2005 - 18h49

Da Redação

É normal ter desejo por sexo fora do casamento. A afirmação é da educadora sexual Maria Helena Vilela, convidada do "Consulta Médica" desta quarta-feira. Ao responder às dúvidas dos internautas (leia a íntegra do bate-papo), ela chegou ao assunto que destrói muitos relacionamentos: a infidelidade.

"Não está escrito em lugar nenhum que o desejo sexual só deve acontecer dentro do casamento. Qualquer um está sujeito a isso, homem ou mulher", comentou. "A monogamia não é da natureza humana. Existe o pacto de fidelidade, mas o cumprimento dele depende de quem se vê numa situação dessas colocar um freio nas coisas. Se deixar se envolver, chegará um momento em que vai ser difícil dizer não."

A diretora do Instituto Kaplan, uma ONG de São Paulo que oferece consultoria gratuita, também ensinou o segredo para ter e dar prazer na cama. É a conversa. "Muitas vezes a pessoa quer que o parceiro adivinhe o que ela deseja, como ela gosta de ser tocada ou por que ela não está satisfeita... O problema é que a gente ainda não aprendeu a falar sobre sexo. Tem que haver diálogo, é preciso dizer como você se sente, o que gosta e saber o que outro quer também."

Baixo astral pode atrapalhar o sexo

Maria Helena afirmou que nem sempre o problema está no relacionamento. Falta de desejo, de orgasmo ou a ejaculação precoce, por exemplo, podem estar ligadas a problemas emocionais. "Existem muitas interferências na nossa vida sexual. Uma situação que acontece no trabalho ou na vida social e põe a pessoa pra baixo também pode atrapalhar na hora do sexo." Quando a dificuldade não é momentânea, vale a pena procurar ajuda na terapia sexual.

A educadora contou ainda que homens e mulheres são diferentes na cama. No aspecto fisiológico, o homem está sempre disponível para o sexo. A mulher, no entanto, tem altos e baixos no seu desejo sexual. "Isso varia de acordo com o ciclo da produção hormonal", explicou.

A mulher também demora mais para ficar pronta para a relação sexual. "Se a mulher não está excitada o suficiente na hora da penetração, até o homem levá-la a esse estado ele já gozou e ela sobra." Por isso é válido recorrer ao estímulo do clitóris nas famosas 'preliminares'. "Isso leva a mulher a uma excitação muito maior do que simplesmente a penetração."

Ejaculação "precoce" virou "rápida"

É por isso que a famosa ejaculação precoce incomoda tanto ou mais as mulheres do que os homens. "Esse problema até mudou de nome, agora é chamado de ejaculação rápida", contou Maria Helena. Não existe um tempo que defina o que é ou não ejaculação rápida. A característica dela é acontecer mais rápido do que a pessoa gostaria e não permitir que o parceiro também chegue à satisfação.

"Existe também a ejaculação que demora demais, chamada de retardada", comentou a educadora. "O homem tenta, tenta, mas leva muito tempo até atingi-la." Mais uma vez os motivos podem ser emocionais.

Uma vantagem feminina está no orgasmo. "A mulher pode ter mais de um numa mesma relação sexual. O homem, não. Além disso, ela demora menos para se recuperar. O homem precisa de um tempo maior para uma nova transa", descreveu Maria Helena.

Como driblar a rotina

Se a rotina chega à cama, só falar não adianta. "É preciso chegar com uma situação nova e não precisa ser nada mirabolante, como muita gente pensa. Basta um jantar inesperado, uma roupa diferente ou sugerir algo que talvez nunca tenha sido proposto. São coisas simples", aconselhou a especialista.

Gostar de bater ou de apanhar é normal?

Maria Helena explicou os limites entre as formas saudáveis de obter prazer e a perversão. "No sexo você não sente prazer de uma única forma. A perversão acontece quando a pessoa só sente prazer de um jeito que ultrapasse limites físicos e morais. É quase uma compulsão, uma obrigação, que foge a padrões esperados e pode agredir a saúde da pessoa ou do parceiro."

Serviço

O Instituto Kaplan oferece orientação gratuita pela Internet ou por telefone, das 9h às 18h, de segunda à sexta. O serviço chama-se S.O.Sex. O telefone é (11) 5505-4434. Site: www.sosex.org.br

Fonte: http://noticias.uol.com.br/uolnews/saude/entrevistas/2005/03/30/ult2748u17.jhtm

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